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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O GARGALO DA ALFABETIZAÇÃO

ZERO HORA (RS)


Recomendação do Conselho Nacional de Educação homologada ao final do governo anterior pelo ministro Fernando Haddad autoriza gestores de escolas a acabarem com a reprovação nos três primeiros anos do Ensino Fundamental, criando o Ciclo de Alfabetização e Letramento. A decisão, polêmica no meio educacional, foi motivada pelo fato de cinco em cada cem crianças ainda serem reprovadas logo depois de começarem a frequentar a sala de aula. Como adverte o fundador e presidente do movimento Todos pela Educação, Mozart Neves Ramos, “reprovar é um crime”, ainda mais quando a responsabilidade, nessa faixa etária, é mais da escola que da criança. Esse, porém, é o tipo da política que só faz sentido se for acompanhada da garantia de alfabetização para todos os alunos das séries iniciais.

Um dos grandes problemas na área de ensino é o fato de o país não estar conseguindo alfabetizar plenamente toda criança até os oito anos de idade, como seria esperado. Em consequência, 38% dos brasileiros entre 15 e 64 anos constituem-se hoje em analfabetos funcionais, tendo dificuldade de localizar informações básicas num texto e de estabelecer relações entre elas. Como essa é a realidade de muitos pais, os próprios filhos acabam recebendo pouco estímulo em casa para avançar no aprendizado.

Inovar para permitir avanços na área do ensino exige mais do que alterações como o fim da reprovação nas séries iniciais. É preciso acima de tudo apostar no aprimoramento permanente da educação. Isso significa contar com professores adequadamente capacitados e remunerados e também com mecanismos eficientes de aferição do ensino ministrado nessa etapa e nas posteriores.

Instituída a partir de 2008, com o objetivo de avaliar a alfabetização dos alunos até os oito anos de idade, a chamada Provinha Brasil é facultativa para os municípios e seus resultados ficam restritos particularmente ao âmbito dos educadores. Simultaneamente à preocupação de reduzir os índices de reprovação nos três primeiros anos de ensino, o poder público tem o dever de melhorar a qualidade do ensino ministrado, o que nesta fase implica necessariamente familiarizar todas as crianças com a leitura e a escrita.
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