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terça-feira, 19 de abril de 2011

Aspectos Econômicos e Políticos do Aquecimento Global - Sérgio Margulis e Paulo Artaxo - CPFL Cultura

Muito boa a palestra do Sérgio Margulis no Café Filosófico.

A Economia do Aquecimento Global – Perspectivas do Brasil – Sérgio Margulis
Duração: + de 1h


Melhores Trechos:


"Aquecimento Global é um problema só dos países ricos? Acho que não. Quem tem mesmo que se preocupar são os países em desenvolvimento.

Os países ricos ou vão se dar bem com o aquecimento global, ou pelo menos vão se defender bem.

Os países ricos foram os responsáveis pelas emissões até agora, mas estão reduzindo drasticamente. Os países em desenvolvimento estão elevando suas emissões exponencialmente.

Os países em desenvolvimento estão cada vez mais responsáveis e mais prejudicados pelo aquecimento global.

Não dá para dizer que isso é problema de rico e que o Brasil não tem tempo para perder com isso. O problema é mais complicado e desafiador do que isso.

Há muita incerteza nisso tudo. É fácil para qualquer um dizer "Não há provas o suficiente". É muito difícil provar tudo, chegar em um consenso e dizer "pronto, vamos lá".

É um problema global, estão todos os países dentro. Principalmente os países com menos poder de resposta.

Os EUA vão se defender de algum jeito, agora Uganda ninguém sabe o que vai fazer.

E não adianta o Brasil dizer que reduz suas emissões, se a China não reduzir a dela, os EUA e outros países. É um problema complicado, pois exige compromisso de todos, cada país tem um histórico/capacidade de resposta, e há muita incerteza e variáveis para chegar ao consenso. Então é um problema politico extremamente complicado.

O horizonte do problema é muito longo. Você faz investimentos hoje com objetivo de 100 anos. Qualquer modelo matemático apresenta muita incerteza. Então, você resolve não fazer nada e foca nos problemas internos. É fácil perder o foco do problema do aquecimento global.

Devido a incerteza, é muito arriscado fazer algo hoje. Mas não fazer nada, pode trazer consequências e custos enormes amanhã, e é muito arriscado também.

Mesmo se pararmos hoje as emissões de gases, o aquecimento global continuará ocorrendo por uns 100 anos.

Temos que reduzir as emissões para mitigar os efeitos e nos adaptar às mudanças climáticasa que irão ocorrer.

Emissões brutas, os EUA e China são os maiores emissores: 40%. Mas as emissões per capita eles caem bastante.

75% das emissões do Brasil são de queimadas na Amazônia.

É uma pena que seja um problema tão injusto. Começou com os países ricos, os mais afetados serão os pobres, os mais favorecidos serão os ricos, e agora que os países pobres estão usando energia para crescer vão ter que parar, os países industrializados já estão com as emissões constantes ou caindo.

Haverá migrações em massa, doenças, fome, sede, conflitos.

O jeito é seguir o caminho do desenvolvimento: agricultura mais eficiente, consumo de energia mais eficiente, educar as pessoas, etc.

Existem diversas medidas pequenas, de custo zero ou negativo (que se pagam com o tempo) possíveis, que tem aplicação imediata e coletivamente, de 1% em 1% podem fazer muita diferença. Por exemplo: calibrar bem os pneus reduz o consumo de gasolina."

Uma animação do Banco Mundial, onde o Sérgio Margulis trabalha:

Climate Change: An Animation | World Bank Institute (WBI)

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Outra palestra bacana que teve sobre o tema, foi a do Paulo Artaxo:

As Boas Perspectivas das Mudanças no Clima e no Uso de Energia em Nosso Planeta – Paulo Artaxo
Duração: + de 1h


Melhores Trechos:

IPCC - Intergovernmental Panel on Climate Change é um uma comissão da ONU para estudar a crise climática, com cientistas e especialistas selecionados em todos os governos. O Brasil tinha 3 cientistas nessa comissão que trabalhou por 5 anos compilando dados das publicações científicas.

As mudanças globais vão muito além do clima: efeito estufa, perda da biodiversidade, superpopulação, alta concentração de nitrogênio.

Claramente, a influência do homem é um dos fatores determinantes no clima.

Os oceanos também estão esquentando.

Uma temperatura mais quente, aumenta a evaporação da água, rios, mares.

75% das emissões brasileiras são de desmatamento da Amazônia. Isso tem um lado bom, pois é fácil e barato reduzir tecnicamente, basta vontade política. A matriz energética do Brasil é relativamente limpa.

O foco está em:

Reduzir as emissões.

Aumento da Eficência energética e utilização de fontes renováveis/limpas e ter ganhos econômicos

Melhores técnicas de construção e iluminação

A emissão dos veículos, que representam 30% das emissões globais

Regulação anual dos motores, pode melhorar o aproveitamento de combustível de 15% à 20%

Eng. Genética na agricultura com mais resistência à temperatura, secas e menos necessidade de fertilizantes

Redução de queimadas na Amazônia

Dave Meslin: O Antídoto da Apatia - TED

Dave Meslin: The antidote to apathy | Video on TED.com - 7min

Melhores Trechos


Quantas vezes ouvimos que as pessoas não se importam?

Quantas vezes ouvimos que grandes mudanças não são possíveis porque as pessoas são egoístas, ignorantes, preguiçosas?

Eu digo que a Apatia como conhecemos não existe. As pessoas se importam, o problema são as barreiras que temos para nos engajarmos.

Prefeituras, Espaço Público, Mídia, Mitos sobre Heróis, Festas Políticas, Caridade, Eleições - não abrem espaço ou não comunicam de forma apropriada as idéias e meios para nos engajarmos.

As mudanças acontecem a partir de esforços coletivos, imperfeitos e voluntários.

Eu acredito que as pessoas são inteligentes, incríveis e se importam. No entanto, vivemos em um ambiente com esses obstáculos colocados em nosso caminho.

Enquanto acreditarmos que as pessoas são egoístas, ignorantes, preguiçosas - não há esperança.

Precisamos REDEFINIR a apatia, não como um defeito pessoal, mas como consequência de uma série de barreiras culturais que dificultam o engajamento.

Assim, podemos IDENTIFICAR quais são essas barreiras e DESMATELAR o maior número delas possível.