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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Frágil aprendizagem

Relembrando-se que importamos mão-de-obra para postos de trabalho de alto valor agregado nas plataformas do pré-sal e uma crônica falta de profissionais de toda sorte para atender às demandas do PAC...


Frágil aprendizagem
ZERO HORA (RS)
8/12/2010

O Brasil ficou entre os três países que mais se destacaram entre 65 incluídos no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), realizado a cada três anos pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), cujos resultados foram divulgados ontem. Ainda assim,na prova aplicada a estudantes de 15 anos – 20 mil dos quais de todos os Estados brasileiros –, o país ficou na modesta 53ª colocação em leitura e ocupa o 54º lugar na classificação geral, que leva em conta o desempenho em leitura, ciências e matemática. O que mais preocupa, porém, não é o fato de o Brasil ter ficado entre os últimos classificados. O aspecto mais sério é o de, nas três áreas analisadas, uma parcela expressiva dos jovens brasileiros não conseguir passar do nível mais básico de compreensão, o que deve exigir providências objetivas.

Na prática, o resultado significa que, mesmo com os avanços registrados nas três áreas analisadas, os adolescentes brasileiros das escolas públicas e particulares continuam com um nível de aprendizagem muito rudimentar. Em leitura, que foi o foco da análise da prova aplicada em 2009, quase metade dos avaliados não conseguiu passar do nível 1, mostrando-se capazes somente de encontrar informações explícitas nos textos e relacioná-las com o seu cotidiano particular. Em matemática, 69% dos alunos não conseguem ir além dos problemas mais básicos e têm dificuldades de aplicar conceitos e fórmulas. Em ciências, nada menos de 54,2% dos que se submeteram à avaliação conseguem apenas entender o óbvio, demonstrando grande dificuldade de usar a disciplina no cotidiano. Nos três casos, o que essa importante avaliação internacional revela é um resultado frustrante para um país no qual a educação é uma alternativa essencial para a redução da miséria e para impulsionar o desenvolvimento.

Um aspecto promissor nessa área é que as causas do lento avanço no ensino e do fato de o país não sair do mesmo lugar são conhecidas, o que em tese facilitaria a busca de soluções. Sob o ponto de vista dos alunos, como ressaltou o ministro da Educação, Fernando Haddad, um dos problemas é a pouca atenção dada à pré-escola, embora já esteja comprovada a sua importância para quem chega ao Ensino Fundamental. No caso dos professores, o ministro chama a atenção para o aspecto de que em nenhum país de alto desempenho educacional os educadores têm vencimentos inferiores à média das outras profissões de nível universitário. No Brasil, os ganhos dos profissionais da educação são 40% inferiores.

Às vésperas da mudança de governo em âmbitos estadual e federal, é importante que esses e outros entraves sejam encarados de vez.Além de demonstrar eficiência, o poder público precisa inovar nesta área, ousando até mesmo na forma de valorizar os educadores, com alternativas baseadas em metas claramente definidas e na meritocracia.

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