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terça-feira, 1 de março de 2011

Ainda sobre nossa sofrível Educação: Casa do Sader

Bem, temos neste caso um notório e contumaz exemplo da responsabilidade, ou melhor, da irresponsabilidade do Estado na Educação de sua sociedade.

O articulista foi cirúrgico, oportuno e sutil, pois o trocadilho caiu muito bem. Ao invés da "Casa do Saber" colocou "A Casa do Sader" que representa uma deletéria, quando não estapafúrdia, postura de esquerda intelectual brasileira que insiste em dominar todos os recantos de nossa cultura sem deixar espaço para a controvérsia ou também como eles muito querem "um novo olhar". Dominam, de fato, o que podem e o que se está à frente.

Quando fazia faculdade em Brasília e também uma pós-graduação foi o período onde a esquerda mais se movimentou nos meios acadêmicos para debastar a confiança de uma parcela dita como "pensante" acerca da inviabilidade de se manter FHC no poder - vejam que ele também é de esquerda - com farto uso de escritores, intelectuais e figuras públicas.

Este senhor abaixo comentado tinha uma coluna obrigatória no Correio Brasilense, coalhado de pessoas ideologicamente comprometidas com a esquerda e contra o gov Roriz - diria até que ato louvável -. Também tinha sua coluna no Jornal do Brasil, reduto de leitura dos funcionários públicos antigos, de gordos DAS que, também, ocupavam nossas salas de aula propagando, quando não propugnando, sua muito peculiarizada visão de governo de esquerda "genuínamente popular".

Seus artigos destilavam ranço, platitudes e veleidades de um governo que hoje, após oito anos, nada mais demonstrou de prático e objetivo do que a pilhagem do erário. E o pior é que alguns professores nos cobravam, ainda que sutilmente, a leitura desse autor..."Vc leu o artigo do Sader no Correio desse domingo? Não? Deveria...excelente artigo."

Aí a presidente a quem eu já começava a ter uma visão mais simpática em função de sua seriedade no orçamento, permite uma nomeação como este. É de lascar, convenhamos...


Não admira que continuemos a patinar em nosso desenvolvimento e redução de desigualdade social. Nossa, como 2083 parece distante...


Casa do Sader

Fernando de Barros e Silva
FOLHA DE S. PAULO

Emir Sader fez o que estava a seu alcance para abocanhar o Ministério da Cultura. Ganhou de presente a presidência da Casa de Rui Barbosa. Sader faria menos estrago no Ministério da Pesca. Talvez na Secretaria Nacional de Peixes de Águas Rasas -onde gosta de navegar.

O sociólogo, notório defensor do fuzilamento dos dissidentes cubanos pelo regime castrista, em 2003, é figura periférica no governo Dilma. Sua importância é ainda menor que a do colega do Turismo, aquele que pagou a conta do motel com dinheiro da Câmara.

Mas Sader é um ideólogo. E quer transformar a Casa de Rui Barbosa, reputada fundação de pesquisa histórico-literária, num centro de debates sobre o "Brasil para todos".

Na boa reportagem de Paulo Werneck na Ilustríssima de ontem, Sader usa o slogan do governo Lula para defender que a instituição, séria e com reconhecida vocação documental, deve ser politizada em torno de "grandes temas" do país atual. Quando um intelectual sente falta dos "grandes temas" é bom ficar atento: ou se trata de um gênio ou de Emir Sader.

Sua figura é representativa do que há de pior na esquerda: a convivência do oportunismo rasteiro com o ranço stalinista. "É preciso tratar de ter políticas culturais que consolidem na cabeça das pessoas as razões pelas quais o Brasil está melhor", disse ele ao jornal "O Globo". Sader vê o trabalho intelectual como uma mistura de propaganda do poder e catecismo marxista.

Desço agora a um detalhe da reportagem de ontem, onde mora o diabo (ou o ato falho): "Quem diria que aquele nego baiano tem muito mais articulação do que o Caetano?", diz Sader, supostamente elogiando Gilberto Gil. Inverto a ordem da frase, apenas para lhe dar um "realce", sem alterar nada de seu sentido: "Aquele nego baiano tem muito mais articulação que o Caetano, quem diria?". Quem diria que isso é preconceito de...? O leitor julgue por si.

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